quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

domingo, 30 de outubro de 2011

Primeiro dia de aulas

Se calhar já é tarde para estar a falar do primeiro dia de aulas. Mas foi assim que aconteceu, ao vigésimo-nono dia do mês de Outubro.

Agora é Professor João.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011


Entrar no balneário, sentir o cheiro forte a cloro, ouvir os assobios dos treinadores e a água movimentada. Abrir o cacifo, experimentar a fechadura, tirar os dois pares de calções a touca os óculos e os chinelos. Atira-los [os chinelos] para o chão. Tirar a t-shirt, descalçar as sapatilhas e as meias, por as meias dentro das sapatilhas, tirar as calças e os boxers tudo ao mesmo tempo. Vestir os calções, um e depois o outro. Calçar os chinelos. Fechar o cacifo. Trago a touca os óculos e a chave.

Respirar fundo

A cada passo o som é mais intenso e cria nostalgia, saudade, é tudo tão familiar.

[foram muitos anos]

Por fim, calcar o piso de tom creme, limpo e desinfectado. Contornar o vidro baço e eis que reconheço tudo o que me rodeia.

Fico sentado meia hora, tempo suficiente para apreciar os mais novos e os mais velhos, uns mais preguiçosos outros mais competitivos. Até que chegada a minha hora me vejo frente a frente com uma pista de 25 metros de água em linha recta.
Incho os pulmões de ar, flicto as pernas lanço os braços para a frente e sinto...

é bom estar de volta.

sábado, 24 de setembro de 2011

Ao vigésimo quinto dia

... do mês de Março.

foi o dia antes d'A Festa!

"a [des]culpa é das mãos", que mesmo antes deste dia já se tinham encontrado e pareciam fazer parar até a música de fundo. Olhar era proibido, como se nem nós pudéssemos saber.

Descobri que as mãos têm espaço entre os dedos para encaixarem quando se dão uma a outra.

É bom porque é simples, encaixa.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

que Terra é esta [?]


... que quando no-la apresentam dizem-na seca, em tons de amarelo-torrado-quente, pontuada de quando em quando por um ou dois gigantes centenários [chaparros]. ... que é feita de pão, azeite e vinho e me faz sentir patriótico e vaidoso. ... que caia casas e lhes pinta linhas azuis ou amarelas, e este amarelo já é vivo, não é como o da paisagem. ...que é terra do mar até espanha e que alguns, se calhar ignorantes ou cegos, lhes chamam deserto, porque esta Terra está cheia do que não se vê.

"o essencial é invisível aos olhos"

Alentejo

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


Peguei no pincel e não pensei em flor nenhuma, só sabia que tinha de ser roxa.

... e ofereci-a.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

orgulho

Hoje escrevo - sentado nas cadeiras de ferro e com o bloco apoiado numa mesa redonda de feitio idêntico às cadeiras [ripas de madeira escura e ferro pintado de bordeaux] - da Avenida dos Aliados, virado para o renovado Palácio das Cardosas, agora um luxuoso Hotel Intercontinental. Atrás de mim brilha o granito lívido da Câmara Municipal que ilumina a imponente estátua de Almeida Garrett e os pombos bebem água do novo espelho de água.

[Inspiro a brisa morna]

Medito sobre a cidade onde nasci, que vivi.

Quando era mais novo, na altura em que habitava o primeiro andar do número quarenta e um da Rua da Picaria [por sinal paralela à avenida em que me encontro, logo depois da Rua do Almada] sonhava a cidade com uma vida que não tinha. Julgava-a tão bela, capaz de competir com qualquer outra capital turística [mas não com as grandes cidades, porque essas perdem a identidade, passam a viver os turistas em vez de se viverem a si mesmas]. Olhava os edifícios e as praças, inocente, e de todas as vezes como se fosse a primeira. Mas reparava que cada vez mais se perdia atrás do musgo, que apesar do eclético "ar de antigo", nada podia trazer de bom. O abandono parecia inevitável.

Não sei se por razões políticas, mas quero acreditar que foi vontade da cidade - sim, porque o Porto respira sozinho, sinto-o na cara - a cidade tem vindo a recompor-se, tal como sonhava na Rua da Picaria. Desde a polémica intervenção nesta avenida à vida que as Galerias de Paris proporcionam, uma ribeira que faz jus ao nome do rio que a banha - aviões a cruzar os céus e passar razias à bela Ponte D. Luíz - o Porto enche-me de orgulho...

podia passar a tarde a escrever sobre todas as coisas... mas mesmo com a minha curta e pouco concisa escrita não me chegavam as poucas folhas do bloco

Há sorrisos cravados nas fotografias, há vida nas ruas cheias de gente com sede, não só do vinho, mas da Cidade.

Este é o meu Porto, de partida e de chegada...