sexta-feira, 10 de maio de 2013

Era uma vez

Virado a sul, tejo
vejo-te alongado até ao mar
Largo, pouco fundo
Povoado de cargueiros, cruzeiros

Rabelos?

imaginem que os cabos vermelhos
se entre cruzavam em braços cinzentos
se parte em dois tabuleiros
e de repente se chama Luiz primeiro.

O rei, esse que é cristo
derrete-se,
torna-se muralha da serra (do pilar).

As árvores viram casas e as margens estreitam-se,
o rio é agora mais profundo.
Atrás de mim, destas sete colinas, ergue-se o casario velho, colorido, torto, tosco...

Porto? és mesmo tu!?

O vento frio de norte que me bate nas costas, cheiroso a mar, denunciou-te.

Olho para trás, quase como se alguém me tivesse tocado o ombro e a brincar fugisse para o lado contrário.

Não te vejo, mas sei que estás aí

domingo, 5 de maio de 2013

Cinco do cinco

18:47, jardim de inverno, teatro S. Luíz

Hoje quero escrever. Quero tanto que nada me sai, ainda assim não deixo de tentar.

Já tenho um título e já fiz até um desenho...


Como se o mundo estivesse a passar e eu prestes a apanhá-lo


... foi assim que aconteceu hoje, como se estivesse à espera do eléctrico e sentisse que sendo o único na paragem, caso não estivesse atento à sua passagem, mesmo que ele anunciasse a sua chegada, passaria por mim... se não levantasse o braço pedindo delicadamente que parasse a jeito de me abeirar, de me deixar entrar nele, passaria sem que nada acontecesse. Exactamente isso.

Nada.

Inspiro

... levanto o braço de facto, delicadamente como disse à pouco. O gesto que à partida seria um banal movimento de uma parte do corpo, comum ao quotidiano de um qualquer banal ser-humano que aguarda pacientemente, ou não, por quem o leve, torna-se um aceno ao mundo.

Entrei

eu até já tinha passe...