18:47, jardim de inverno, teatro S. Luíz
Hoje quero escrever. Quero tanto que nada me sai, ainda assim não deixo de tentar.
Já tenho um título e já fiz até um desenho...
Como se o mundo estivesse a passar e eu prestes a apanhá-lo
... foi assim que aconteceu hoje, como se estivesse à espera do eléctrico e sentisse que sendo o único na paragem, caso não estivesse atento à sua passagem, mesmo que ele anunciasse a sua chegada, passaria por mim... se não levantasse o braço pedindo delicadamente que parasse a jeito de me abeirar, de me deixar entrar nele, passaria sem que nada acontecesse. Exactamente isso.
Nada.
Inspiro
... levanto o braço de facto, delicadamente como disse à pouco. O gesto que à partida seria um banal movimento de uma parte do corpo, comum ao quotidiano de um qualquer banal ser-humano que aguarda pacientemente, ou não, por quem o leve, torna-se um aceno ao mundo.
Entrei
eu até já tinha passe...
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